Seminário discute e conscientiza sobre o Alzheimer na OAB/DF

A Seccional do Distrito Federal da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB/DF), por meio da Comissão de Defesa dos Direitos dos Idosos e da Comissão de Defesa dos Direitos da Pessoa com Deficiência, realizou, nos dias 10 e 11 de outubro, o “Seminário Conscientização sobre o Alzheimer.” No evento, especialistas de diversas áreas discutiram os tratamentos, os direitos e o acesso à informação sobre essa forma de demência que atinge 1,2 milhão de pessoas no Brasil, principalmente idosos. “Este é um tema muito importante e que nos toca como pessoas e como profissionais. O cuidado às pessoas que sofrem de alzheimer leva em conta os cuidados com sua saúde, com qualidade de vida, mas também sobre os direitos dessas pessoas e de seus familiares. Aí entram os advogados, e a OAB/DF apoia e se coloca na linha de frente desse debate”, disse o presidente da OAB/DF, Délio Lins e Silva Jr.

Clique aqui e veja a programação completa do Seminário https://oabdf.na.tec.br/wp-content/uploads/2022/10/Seminario-1.pdf 

A saúde do doente de alzheimer

Durante o Seminário vários aspectos foram abordados. Conforme um dos palestrantes, o médico-geriatra Otávio Castello, o alzheimer é uma doença neurodegenerativa, progressiva e ainda sem cura. “Ela afeta, majoritariamente, pessoas acima de 65 anos de idade, impactando a memória, a linguagem e a percepção do mundo. Provoca alterações no comportamento, na personalidade e no humor do paciente”, explicou Castello.

Castello apontou o envelhecimento como principal fator para o alzheimer, mas disse que este não é o único. “É claro que o envelhecimento tem um papel muito importante no desenvolvimento de demência, mas com certeza não é a única razão. Aproximadamente metade dos casos são atribuíveis a fatores modificáveis, como hipertensão, obesidade, diabetes e até mesmo baixa escolaridade.”

Veja abaixo 10 sinais de alerta para o Alzheimer:

1 – problema de memória que chega a afetar as atividades e o trabalho;

2 – dificuldade para realizar tarefas habituais;

3 – dificuldade para comunicar-se;

4 – desorientação no tempo e no espaço;

5 – diminuição da capacidade de juízo e de crítica;

6 – dificuldade de raciocínio;

7 – colocar coisas no lugar errado, muito frequentemente;

8 – alterações frequentes do humor e do comportamento;

9 – mudanças na personalidade;

10 – perda da iniciativa para fazer as coisas.

O gerontologista e professor da Universidade de Brasília (UnB), Otávio Nóbrega, também falou sobre o que é a doença de alzheimer e como os familiares e cuidadores podem lidar com seus sintomas e sua progressão. O especialista também se mostrou preocupado com a falta de prevenção no Brasil. “Temos um quadro preocupante em nosso país,  a prevalência de casos de demência no Brasil tende a quadruplicar nos próximos 30 anos, e o controle dos fatores de risco não está sendo suficiente”, alerta Nóbrega.

Direitos devem ser garantidos

Para o advogado e membro da Comissão de Defesa dos Direitos da Pessoa Idosa do Conselho Federal da OAB, Mauro Moreira, os direitos das pessoas com alzheimer e de seus familiares devem ser garantidos. “Apesar de ainda não haver cura para a doença, já existem opções de tratamento. Os medicamentos estão disponíveis nas farmácias do SUS e devem ser fornecidos, reabilitação cognitiva, terapia ocupacional, controle de pressão alta, diabetes e colesterol, além de atividade física regular, que podem ajudar a manter a qualidade de vida por mais tempo também são direitos que devem ser buscados e garantidos”, explicou Mauro. 

De acordo com a legislação brasileira, as pessoas com Doença de Alzheimer têm direito à assistência médica e a medicamentos gratuitos, além de obter a isenção do Imposto de Renda. Segundo o advogado e consultor jurídico, Alex Costa Almeida, as redes de apoio contribuem para a troca de informações, para o aprendizado conjunto e para compartilhar a experiência pessoal. “Também ajudam a reduzir a sensação de solidão que permeia o mundo das cuidadoras, mostrando que as demências não são um castigo ou uma questão pessoal, mas uma realidade coletiva”, completou Alex.

Para a jornalista e integrante do Coletivo Filhas da Mãe, Ana Castro, o apoio às famílias e os cuidados são essenciais tanto para quem sofre com a doença como para quem cuida. “Consideramos  o cuidado e o autocuidado como um direito humano. Todas as pessoas têm direito ao cuidado, a serem cuidadas e a se cuidarem. Eles  são  necessários para  a saúde mental e para exercitar a paciência das cuidadoras familiares, um dos  desafios no convívio com as demências”, alertou Ana. 

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Comunicação OAB/DF
Fotos: Roberto Rodrigues