Brasília, 31/05/2011 – O presidente do Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil, Ophir Cavalcante, proferiu palestra de abertura na VII Conferência dos Advogados do DF. Em seu discurso, Ophir afirmou que esse é um momento de muita alegria. “É um prazer, na condição de presidente nacional da OAB, poder abrir uma conferência dessa magnitude. Efetivamente a Ordem nos tem proporcionado momentos de rara felicidade, nos mostrando que realmente vale à pena todo esse sacrifício, que na verdade não é um sacrifício, porque é um prazer exercer essa representação da advocacia brasileira”.
Ophir Cavalcante reafirmou a importância dos dois homenageados, José Carlos Moreira Alves e José Guilherme Villela, para a história da advocacia. “Eu não tenho dúvida que a Seccional do DF acertou em homenagear esses dois grandes homens que são referências para nós enquanto cidadãos e, sobretudo, enquanto juristas e advogados. Parabéns à OAB/DF pelas escolhas.”
Ao relembrar a época da ditadura no Brasil, quando a OAB/DF foi invadida por militares e resistiu bravamente, o presidente do Conselho Federal disse que a entidade está inscrita na história deste país, como um grande instrumento de resistência, de defesa das instituições democráticas e de defesa da Constituição.
“É muito menos uma palestra, muito menos uma conferência e muito mais uma conversa. Uma conversa sobre o nosso papel, a nossa missão, enquanto Ordem dos Advogados e enquanto advogados”, foi assim que Ophir caracterizou sua participação. Sobre a função social do advogado, o presidente pontuou uma questão como essencial: a função social do advogado como instrumento indispensável à administração da justiça.
Ophir disse que “a Ordem põe o dedo nas feridas e que não irá se calar. A função social do advogado, a nossa função não nos permite silenciar, calar diante de medidas engendradas em gabinetes. É hora do trabalho, vamos debater nesta conferência juntos, de uma forma ou de outra, direta ou indireta o que tem tudo a ver com o prestígio da Justiça.”
Criticou a chamada PEC dos Recursos. “Eu não tenho dúvida nenhuma de afirmar aos senhores que, apesar de toda boa intenção que talvez esteja por trás, ela é um descalabro, um escândalo. Provoca insegurança jurídica em todas as áreas do direito. Nem os militares ousaram tamanho disparate em relação aos direitos do povo brasileiro, justamente quando iniciamos um despertar de cidadania. Não podemos ser transformados em bodes expiatórios dos problemas que o judiciário tem”.
Para finalizar, Ophir Cavalcante citou Fernando Pessoa, que, segundo ele, reflete efetivamente o estado de espírito da advocacia brasileira e do cidadão deste país. “O que é preciso é ser sim natural. Natural e calmo tanto na felicidade e na infelicidade. Sentir como quem olha. Pensar como quem anda. E quando se vai morrer, lembrar-se que o dia morre, que o poente é belo, e é bela a noite que fica. Portanto fiquemos imersos nesse pensamento e cada vez mais reflitamos a respeito do nosso papel, da nossa função social. Função social que muito orgulha o nosso país.”
Reportagem – Priscila Gonçalves
Foto – Valter Zica
Assessoria de Comunicação – OAB/DF