Mudanças na carreira marcam discursos em cerimônia de entrega de carteiras

“O que seremos depende daquilo que fazemos hoje”, afirmou o orador da turma de 63 bacharéis que receberam nesta quarta-feira (9/10) a carteira para advogar. Da tribuna do auditório mais antigo da OAB/DF, onde representou os novos advogados e advogadas na cerimônia mais tradicional da Seccional, Valdir Lopes de Amorim lançou uma reflexão: como nos tornar conhecidos e obter os clientes necessários para atuar com sucesso na prática da advocacia?

Para ele, é necessário, antes de mais nada, adquirir continuamente mais conhecimento e observar a ética. “O Código de Ética funciona como um farol a iluminar os passos do advogado e moldura a limitar comportamentos inapropriados”, disse na solenidade, em que os jovens foram recepcionados pela diretoria, representantes de comissões temáticas e da Caixa de Assistência dos Advogados. “O caminho do sucesso não poderá se sustentar em atalhos, mas em uma carreira sólida, progressiva e ética”, completou.

Valdir Amorim reservou ainda espaço especial às mulheres em seu discurso. “Discriminar a mulher advogada fere o princípio da igualdade constitucional e os princípios fundamentais da constituição da República. Não se pode admitir que a mulher advogada, no exercício de sua profissão, seja submetida, ao invés de a um Estado Democrático de Direito, a um ‘estado machista de direito’”, defendeu.  

Um dos novos advogados presentes no auditório foi Alberto da Silva. Natural de Guiné Bissau, ele está no Brasil há 33 anos, e contou que decidiu cursar Direito após ser vítima de situações de violações de direitos.


O paraninfo Wílon Lopes afirmou que a
mediação é o desafio da atual advocacia

“Este é o início de uma nova etapa que, tenho certeza, será gloriosa”, disse o paraninfo da turma, Wílon Vandes Lopes. Com 50 anos de advocacia e conhecido pelas atuações em várias mobilizações históricas em prol do fortalecimento das chamadas cidades-satélites do Distrito Federal, Wílon Vandes Lopes deu as boas vindas aos novatos e defendeu a mediação de conflitos como o principal desafio da atualidade. “O maior trabalho do advogado hoje deve ser a mediação”, disse.

Concorrência
O presidente da OAB/DF, Délio Lins e Silva Júnior, citou o número da carteira do paraninfo para refletir com os novatos sobre as mudanças pela qual a carreira passou nos últimos anos. “Quando o Wílon recebeu a carteira, havia 1.356 advogados e advogadas no Distrito Federal. Hoje são mais de 45 mil”, disse. “A concorrência hoje é incomparável, mas sempre haverá espaço para os bons e a OAB/DF está aqui para orientá-los para as mudanças na profissão, ajudá-los a se manterem atualizados, defendê-los no exercício da profissão e também para vigiá-los. Agir com ética está acima de tudo”.

A secretária-adjunta da OAB/DF, Andrea Saboia, retomou as palavras do orador para defender a importância de se avançar nos direitos das advogadas. “Os homens precisam internalizar o respeito às advogadas”. A vice-presidente da subseção de Águas Claras, Marescka Morena Santana da Silveira, também falou aos novatos.

Recepcionaram ainda os novos advogados e advogadas o secretário-geral da OAB/DF, Márcio de Souza Oliveira; os presidentes das comissões de Orçamento e Contas e de Direito Sistêmico, Rodrigo Freitas; de Prerrogativas, Rafael Teixeira Martins; e de Relações Institucionais e Governamentais, Caio Leonardo Bessa Rodrigues. Compuseram também a mesa o vice-presidente da Associação dos Advogados Trabalhistas do DF, André Santos; o coordenador das subseções da ESA/DF, Paulo Józimo; e os membros da Comissão de Ciências Criminais, Samuel Magalhães e João Leal.

 

Comunicação OAB/DF
Texto:
Ana Lúcia Moura
Fotos: Valter Zica