Brasília, 10/03/2011 – Em comemoração ao Dia Internacional da Mulher, a Fundação de Assistência Judiciária (FAJ) da OAB/DF, em parceria com a Delegacia de Atendimento à Mulher (DEAM) do Distrito Federal e a Secretaria de Estado da Mulher, ofereceu, nesta quinta-feira (10/03), serviços e atendimentos às mulheres que passavam pela plataforma superior da Rodoviária do Plano Piloto. O objetivo foi divulgar a Lei Maria da Penha e promover a valorização da mulher. “Esse trabalho não tem preço”, frisou a diretora da FAJ, Luciene Bessa.
Segundo Bessa, o foco da campanha foi prevenir a violência contra a mulher e a violência doméstica. “Estamos aqui esclarecendo e prestando todo atendimento necessário. As pessoas que tiverem a necessidade de um atendimento continuado vão receber toda a informação e podem procurar um dos núcleos da FAJ espalhados pelo DF, desde que cumpram os requisitos necessários. É uma forma de a gente garantir assistência para quem realmente precisa”.
As ações fazem parte do programa “Rede Mulher Cidadã” e contam com atendimento jurídico, orientações sobre saúde da mulher, serviço de beleza, massagem nos pés, emissão de carteira de identidade e uma exposição de fotos que revelam os efeitos da violência doméstica. De acordo com a delegada chefe da Deam, Mônica Ferreira, “as fotos nos painéis demonstram como as vítimas ficam lesionadas. A população precisa saber que essa realidade é cruel e precisa ser evitada”.
Para o médico legista Hugo Castro, a exposição é um pouco chocante para a maioria das pessoas, “mas a gente procura mostrar vários tipos de lesões causadas pelos companheiros, maridos e namorados. Queremos sensibilizar todo público de que a violência contra a mulher geralmente começa com uma agressão verbal, que vai evoluindo para uma agressão física, na forma de um tapa, depois para um soco e pode chegar até lesões fatais. É importante denunciar a ocorrência da primeira agressão, seja ela verbal ou física, para evitar que essa escalada de violência se inicie”.
“Nem sei mais quantas vezes já fui agredida”, afirmou uma diarista de 39 anos. Ao ser atendida pela FAJ, se emocionou ao contar sua história. A mãe de quatro filhos afirmou que apanha do marido, mas tem medo de denunciar. “Aguento por motivo financeiro, ou porque a polícia não faz nada”. Segundo ela, isso acontece com muitas mulheres, “minha vizinha grávida de 3 meses foi parar no hospital”. Depois da orientação da FAJ, a diarista agradeceu e disse que o atendimento deveria ser em todos os lugares. “Tive uma orientação que me indicou uma direção, agora eu tenho uma noção do que fazer, para onde ir e a quem recorrer”.
A coordenadora da FAJ, Cláudia Motta, ressaltou que a ação social para conscientização da violência contra a mulher se revelou de extrema importância, “tendo em vista que foi possível informar às mulheres sobre os diferentes aspectos da violência familiar, que englobam violência física, moral, patrimonial e psicológica, além de orientá-las sobre a existência da legislação específica para o caso concreto, a Lei Maria da Penha”.
Além da OAB/DF, as ações contam com apoio do Senac Móvel, da Defensoria Pública, da Secretaria de Desenvolvimento Social e Transferência de Renda, da Secretaria de Saúde, do Instituto de beleza Hério Diff, do Detran, da Polícia Militar, do Corpo de Bombeiros e da CAESB. Diferentes segmentos da Polícia Civil também apoiam o programa, como o Instituto de Identificação, o Instituto de Medicina Legal e a Academia de Polícia.
O evento ocorrerá em diversas regiões da cidade. Confira a programação:
(12/03) – Estacionamento nas proximidades da Adm. da Estrutural das 08h às 13h.
(16/03) – Praça do Relógio em Taguatinga Centro, das 08h às 13h.
(19/03) – Estacionamento próximo à Administração do Paranoá, das 08h às 13h.
(26/03) – Estacionamento próximo à Administração de Planaltina, das 08h às 13h.
(29/03) – Presídio Feminino de Brasília, das 08h às 13h.
Thayanne Braga
Assessoria de Comunicação – OAB/DF