Nesta sexta-feira (18), é celebrado o Dia do Orgulho Autista. A data tem o propósito de fazer com que as pessoas com o espectro autista sejam valorizadas e vistas pela sociedade. O presidente da Comissão de Defesa dos Direitos da Pessoa com Autismo, Edilson Barbosa, destacou a necessidade dessa data. “A importância é fazer com que a sociedade reflita sobre essa questão. Os autistas precisam ser reconhecidos, até porque é uma deficiência que não é visível. Então, é um momento para fortalecer a questão e despertar o interesse da sociedade.”
Foram destacadas as conquistas da Comissão, que completou seis anos no dia 10 de junho. “Desde o início, temos feito várias ações em defesa dos autistas para garantir direitos. Fizemos diligências em clínicas para conseguir todas terapias pelos planos de saúde, buscamos as escolas, públicas e privadas, para garantir o acompanhante especializado para ajudar o professor regente em sala de aula . E estamos sempre acompanhando a tramitação de leis no Congresso Nacional para aperfeiçoar a legislação quanto aos direitos dos autistas.”
Edilson ainda falou sobre a última conquista da comissão, que foi incluir os autistas na priorização da vacina contra a Covid-19. “Inicialmente, a priorização era de quem tinha o Benefício de Prestação Continuada (BPC), e a maioria dos autistas do Distrito Federal não tinham o BPC e não participavam dessa priorização. Então, nós fizemos um ofício, com a participação do presidente da OAB/DF, Délio Lins e Silva Jr., e de outras comissões, buscando incluir, também, aqueles autistas que não tinham essa prioridade na vacinação. E acabou sendo acatado. Agora, os autistas foram cadastrados e agendados. Os que tem mais de 18 anos podem fazer a vacinação nos postos de saúde.”
Foi frisado por Edilson as duas bandeiras levantadas pela Comissão de Defesa dos Direitos da Pessoa com Autismo.
“Estamos buscando que o Governo do Distrito Federal (GDF) faça as carteirinhas de identificação do autista, essa é uma lei federal, que o GDF até hoje não implementou.”
“O autista é difícil de ser identificado, então essa carteira serve para substituir os laudos. Os pais hoje têm que andar com os laudos para comprovar o autismo. A carteirinha vem para facilitar o processo de identificação dos autistas e garantir os direitos.” completou.
E a segunda bandeira levantada pela Comissão é a criação do Centro de Referência de Atendimento ao Autista. “Essa foi uma promessa do atual governador do DF, Ibaneis Rocha, e até hoje não foi implementada.”
“Esse centro funcionaria como um local onde os pais conseguiriam garantir o diagnóstico precoce. Haveria os profissionais necessários para atendê-los, teria, por exemplo psiquiatras, fonoaudiólogos, terapia ocupacional, psicólogo, pedagogos, psicopedagógico, entre outros profissionais. Esses centros já existem em vários estados e municípios, menos no DF, então a nossa luta agora é a construção desse local.”
Texto: André Luca (estagiário sob supervisão de Montserrat Bevilaqua)
Comunicação OAB/DF