Em um cenário de globalização, do mundo conectado à Internet, em que as informações estão por todo lugar e facilmente dirigidas a todos os cantos do mundo por meio de aparatos tecnológicos como celulares, tablets e computadores, a OAB/DF promoveu um debate sobre a sociedade participativa na era da informação. Na noite de terça-feira (4), o Conselheiro Luiz Cláudio Allemand, membro do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) indicado pelo Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil, esclareceu conceitos que circundam o mundo moderno e fazem cada vez mais parte da rotina dos advogados.
Allemand explicou o conceito de sociedade participativa, falou sobre participação de cidadãos na era da informação, a confiança no Poder Judiciário, os números do CNJ e as ouvidorias – canal da advocacia e da sociedade perante o poder Judiciário – as perspectivas para a advocacia diante da tecnologia já vigente e daquilo que ainda está por vir.
O Conselheiro ainda explicou que a sociedade vive hoje em um tempo de pós-verdade. Este conceito atual se refere a forma de retratar a realidade, onde na hora de criar e modelar a opinião pública, os fatos objetivos têm menos influência que os apelos às emoções e às crenças pessoais.
“Senhores, é um tsunami, isso vai afetar muito a magistratura e a advocacia, para o bem e para o mal. A sociedade já ingressou em uma nova era. Uma fase de cobrança dos administrados sobre a questão pública dos seus administradores. Existe uma maior participação da sociedade no meio jurídico por meio de audiências públicas, mídias sociais, orçamento público e participativo”, afirmou.
O Conselheiro embasou seus argumentos nos números do Conselho Nacional de Justiça. ”Muito trabalho precisa ser realizado. Só gestão pública, profissional e planejamento estratégico garantirão o Judiciário mais forte e independente, atendendo os anseios da sociedade”. Allemand defendeu a idoneidade do Poder Judiciário e a necessidade da liberdade e independência do magistrado em julgar os casos que lhe são destinados. Por fim, o Conselheiro chamou atenção para a necessidade de trazer à discussão a ética envolvida em toda a exposição de dados na internet.
Juliano Costa Couto, presidente da OAB/DF, reafirmou a necessidade de debater os conceitos explicitados na palestra, pois a tecnologia é uma realidade que já está presente no dia a dia dos advogados, dos magistrados e de todos que compõem o meio jurídico. “Este assunto é instigante e, ao mesmo tempo, desesperador. As criações que foram feitas e as soluções que tentaram trazer praticamente não deram certo”, afirmou o presidente.
Ao final da palestra foi aberto um espaço para os presentes tirarem suas dúvidas e exporem seus pontos de vista. Compuseram a mesa do evento o presidente da OAB/DF, Juliano Costa Couto, os conselheiros seccionais Erich Endrillo, Hellen Falcão e o palestrante, o conselheiro do Conselho Nacional de Justiça, Luiz Cláudio Allemand.