“A advocacia não é uma profissão para covardes”. A frase é do jurista mineiro Sobral Pinto e foi evocada pela mais nova advogada da OAB/DF Beatriz Campos Melo ao subir à tribuna do auditório da seccional do Distrito Federal da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB/DF) para falar por outros 78 colegas que, como ela, receberam nesta quarta-feira (20) a carteira para advogar.
“É uma honra ocupar essa posição, de poder expressar o que meus colegas aqui estão sentindo”, disse Beatriz. Ela lembrou as dificuldades do período de graduação para enfatizar que os desafios agora são outros. “Hoje ingressamos oficialmente para os quadros de uma entidade de suma importância no Estado Democrático de Direito, e passamos e ser incumbidos de fomentar e fortalecer a nossa jovem democracia. Afinal, somente com o respeito absoluto aos princípios democráticos, aos direitos fundamentais, seremos capazes de alcançar uma sociedade mais igualitária, justa e próspera”, concluiu.
A paraninfa da turma, Fernanda Marinela, membro honorária vitalícia e conselheira federal pela OAB/AL, saudou os novos advogados com um convite à reflexão. “Os senhores tem aqui uma grande responsabilidade: recebem em suas mãos hoje a tão desejada carteira de advogado e de advogada, mas essa também é uma grande arma daqui para frente, é uma arma da defesa da democracia, da defesa da cidadania e da defesa da igualdade de todos os cidadãos”, afirmou.
Marinela defendeu em seu discurso que o Brasil precisa deixar de resolver problemas novos com soluções velhas. “Portanto, precisamos de cada um dos senhores, de cada jovem advogado que chega à nossa instituição. Obrigada por estarem aqui e sejam muito bem-vindos”, saudou.
A conselheira federal pela OAB/DF, Daniela Teixeira, empossada em sessão solene do Conselho Federal nesta terça-feira, ao lado de outros cinco colegas, entre eles Rodrigo Badaró, presente à mesa (leia mais aqui), lembrou a importância de Marinela para o reconhecimento da força e da representatividade feminina. “Marinela foi a primeira presidente da Comissão Nacional da Mulher Advogada, que não existia, assim como não existia o sistema de cotas”, disse. “Antes dela, éramos uma maioria silenciosa e silenciada. Ela trouxe voz a quem antes só tinha voto”, ressaltou, citando ainda uma antiga frase da paraninfa. “Nós pagamos metade da conta, temos direito à metade da OAB”.
O presidente da OAB/DF, Délio Lins e Silva Junior, reforçou as palavras da conselheira federal ao destacar que metade dos cargos diretivos da OAB/DF são ocupados por mulheres. “Temos a OAB mais paritária do país”, disse. E deixou um conselho aos novos advogados: “Amem a advocacia, tenham na advocacia o prazer de fazer algo não só para os clientes de vocês, mas pela sociedade, e tenham sempre como norte a Constituição Federal, porque as garantias nela previstas devem ser respeitadas acima de tudo”.
Estavam presentes também à mesa o secretário-geral da OAB/DF, Márcio de Souza Oliveira; o presidente da Comissão de Direito do Trabalho e Sindical, Fernando Abdala; o vice-presidente da Comissão de Direito da Saúde, Alan Kardec Pinheiro de Souza; o secretário-geral da Subseção de Sobradinho, Samuel Fernandes de Castro; o secretário-geral da Comissão de Direito do Terceiro Setor da Subseção de Taguatinga; o conselheiro da OAB Jovem, Daniel Araújo; a ex-conselheira Maria Dionne de Araújo Felipe, que recebeu da OAB/DF a medalha Myrthes Campos na última quinta-feira (leia mais aqui); e o ex-presidente da Comissão de Fiscalização da Advocacia da Subseção de Taguatinga.