Nesta segunda-feira (01/04), a Seccional do Distrito Federal da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB/DF) representada pela Comissão de Estudos e Combate ao Lawfare promoveu o evento “10 Anos da Operação Lava-Jato — Sintomas e Efeitos do Lawfare”. Esse encontro reuniu renomados especialistas para discutir os desdobramentos e as implicações da Lava Jato, um marco na história recente do Brasil.
A abertura do evento contou com a presença da vice-presidente da OAB/DF, Lenda Tariana, que saudou os participantes e deu início aos debates. “A OAB do Distrito Federal agradece por incentivos como este, porque são fundamentais para nossa instituição. Espaços assim são essenciais para trazer temas enriquecedores para nossa advocacia, ultrapassando as fronteiras do DF ao se tornar uma referência nacional através da transmissão deste evento.”
O debate foi mediado pelo presidente da Comissão de Estudos e Combate ao Lawfare da OAB/DF, José Sousa de Lima, e pela vice-presidente da Comissão, Isabel Gomes.
José Sousa de Lima destacou a importância do debate. “Reconheço plenamente a responsabilidade que carregamos, dada a complexidade e a sensibilidade do assunto abordado. É importante ressaltar que nosso objetivo nunca foi impor uma única visão, mas sim proporcionar um espaço para o debate aberto e democrático. Estou ciente de que há diversas perspectivas e opiniões entre os participantes, e isso é fundamental para uma democracia saudável, baseada no respeito ao consenso e ao dissenso.”
A vice-presidente da Comissão, Isabel Gomes, pontuou: “Esse encontro foi um debate substancial, como não poderia deixar de ser partindo de uma mesa tão qualificada composta por alguns dos maiores nomes da advocacia que valentemente enfrentaram a lava-jato.”
Na ocasião foram convidados o advogado criminalista, Antônio Carlos de Almeida Castro, Kakay; o secretário Nacional do Ministério da Justiça e ex-presidente da OAB/RJ, Wadih Damous, e a professora, advogada e conselheira da Comissão de Ética da Presidência da República, Carol Proner. Os convidados discutiram diversos aspectos, desde questões legislativas até implicações éticas e jurídicas da Lava Jato.
Durante o debate, Wadih Damous e a professora Carol Proner se mostraram a favor da utilização do material coletado pela operação “Spoofing” para responsabilizar os agentes públicos envolvidos na Lava Jato.
“Os agentes públicos da Lava Jato, ao quebrarem a promessa de cumprir a Constituição, praticaram crimes que não podem ser ignorados. A atuação da Lava Jato resultou em desmoralização do combate à corrupção e possíveis anulações de processos devido a desvios e nulidades”, disse o ex-presidente da OAB/RJ, Wadih Damous.
Carol Proner pontuou a necessidade do Spoofing: “A integridade do material da Spoofing deve ser considerada probatória e pública, com destaque para a cooperação jurídica internacional. A operação Lava Jato teve consequências negativas econômicas e institucionais”.
Kakay enfatizou: “o legado da Lava Jato inclui aprofundamento dos problemas no Brasil, divisões e inoculação de ódio na sociedade. É necessário resolver o conflito sociológico gerado pelo sentimento ‘lavajatista' de subversão da ordem jurídica.”
Jornalismo OAB/DF