A Comissão da Memória da Verdade realizou, na noite desta quinta-feira (22), a roda de conversa sobre o regime militar e redemocratização brasileira. A palestra foi a primeira de vários encontros a serem realizados pela Comissão e faz parte do trabalho de resgate da memória da história brasileira com o objetivo de empoderar a população e ajudar a desenvolver o conhecimento crítico para o exercício da cidadania plena.
Segundo Alisson Lopes, presidente da Comissão e mediador da mesa, eventos assim são essenciais para ajudar a advocacia a desenvolver sua visão multidisciplinar sobre os temas marcantes da história do país.
“Um bom jurista não só se comunica com as leis, ele se comunica com a realidade social e com tudo o que acontece no mundo. A OAB/DF sempre foi presente na preservação da democracia e da dignidade da pessoa humana. Defender a representação democrática significa debater temas que são importantes para a sociedade, assim como fizemos aqui hoje”, disse Lopes.
Um dos palestrantes da noite foi o jornalista Matheus leitão que falou sobre seu último livro “Em nome dos pais”, da editora Intrinseca. Na Obra, Leitão descreve as violações dos direitos humanos sofridas por seus pais, os jornalistas Marcelo Netto e Míriam Leitão, durante o período do regime militar. Delatados por um companheiro, eles foram presos e torturados. Na ocasião, Míriam estava grávida de Vladimir, o primeiro filho do casal.
Já o jornalista Hélio Doyle, expôs questões sobre as torturas praticadas no regime militar. Doyle falou inclusive sobre a dificuldade em trabalhar como jornalista naquela época em que a sociedade se via sem liberdade.
Durante o evento, a Comissão da memória e da verdade também prestou uma homenagem à militante dos direitos humanos Marielle Franco, assassinada na última semana. Confira aqui a Nota da OAB/DF sobre a violência.
Por fim, o Alisson Lopes ressaltou o apoio da Comissão ao projeto “Direito às Cidades”, que leva à comunidade a ressignificação dos espaços, por meio da realização de encontros em locais públicos. “A educação em direitos deve fazer parte da formação dos estudantes da educação básica, especialmente a educação em direitos humanos”, enfatizou Alisson. As escolas contempladas são o Ced02 do Guará I, conhecida como GG, e o Ced01 do Riacho Fundo II na Educação de jovens e adultos.