Brasília, 16/7/2016 – “Um ataque contra um advogado, em qualquer lugar do País, é uma evidente ameaça a toda a advocacia e, em consequência, aos cidadãos, que são os beneficiários diretos das prerrogativas que garantem o exercício independente da profissão. É necessário apurar esse triste episódio com rigor e a OAB/DF estará ao lado da OAB de Goiás para o que for necessário”.
Foi o que disse neste sábado o presidente da OAB/DF, Juliano Costa Couto, ao endossar nota emitida pelo Conselho Federal e pelo Colégio de Presidentes Seccionais em reação ao ataque sofrido pelo advogado goiano Walmir de Oliveira da Cunha. O advogado recebeu um pacote em seu escritório e, quando o abriu, era um artefato explosivo que se detonou. Ele sofreu lesão corporal grave, mas está consciente sem risco de morrer.
O presidente da OAB/GO, Lúcio Flávio de Paiva, afirmou que se tratou de um “atentado inadmissível à advocacia”. Segundo ele, “a OAB-GO não aceitará esta violência descabida e reafirma que toda a advocacia irá se mobilizar contra este e qualquer tipo de violência. A Ordem não se intimidará diante de quaisquer ameaças que sofrer”.
Na nota divulgada neste sábado, a OAB Nacional e o Colégio de Presidentes relembram o atentado à bomba que vitimou Dona Lyda Monteiro em 1980: “Se durante a ditadura uma outra bomba, aquela dirigida ao nosso então Presidente do Conselho Federal e que vitimou D. Lyda Monteiro, não nos intimidou, também agora não nos deixaremos submeter, seja à violência física, seja em face da violência constitucional, aquela que parte dos que não compreendem o fundamental papel da advocacia na defesa das liberdades, e tenta promover a criminalização indevida e ilegal de nossa profissão”.
Leia a íntegra da nota emitida pelo Conselho Federal e pelo Colégio de Presidentes Seccionais da Ordem dos Advogados do Brasil
Nota
Estarrecimento.
Esse é o sentimento que nos permeia a todos, diante da onda de violência e brutalidade que se abate sobre a advocacia.
De um lado, as ameaças que vêm daqueles que não aceitam o papel da advocacia na defesa das liberdades públicas e das garantias constitucionais a todos asseguradas.
Doutro lado, a violência pura e brutal, materializada nos atentados contra a integridade física dos advogados e advogadas brasileiras, do qual o ataque a bomba contra o advogado goiano Walmir de Oliveira da Cunha, é o mais recente episódio.
Contra isso, contra esse estado de violência física e institucional contra os advogados e a advocacia, nos levantamos, o Conselho Federal e o Colégio de Presidentes de Seccionais.
Se durante a ditadura uma outra bomba, aquela dirigida ao nosso então Presidente do Conselho Federal e que vitimou D. Lyda Monteiro, não nos intimidou, também agora não nos deixaremos submeter, seja à violência física, seja em face da violência constitucional, aquela que parte dos que não compreendem o fundamental papel da advocacia na defesa das liberdades, e tenta promover a criminalização indevida e ilegal de nossa profissão.
Nos solidarizando com a advocacia goiana, exigindo das autoridades incumbidas da segurança pública a apuração de todos os atos de violência física contra os advogados, o Conselho Federal e o Colégio de Presidentes da OAB reafirmam seu compromisso com a defesa da advocacia e da liberdade, repelindo toda e qualquer afronta ao advogados e advogadas brasileiras.