Vozes Autorais: III do Podcast da OAB/DF aborda o impacto da inteligência artificial na dublagem brasileira

A Ordem dos Advogados do Brasil, Seccional do Distrito Federal (OAB/DF), por meio da Comissão de Direitos Autorais, Imateriais e Entretenimento, lançou o terceiro episódio do podcast “Vozes Autorais”. Este episódio especial, em comemoração ao Mês do Orgulho, foi ao ar nesta segunda-feira (17/06). O objetivo é promover a visibilidade de trabalhos originais, especialmente aqueles ameaçados pelo crescente uso da inteligência artificial, uma área que ainda não possui regulamentação no Brasil.

O bate-papo contou com a presença dos atores e dubladores Wagner Follare, Isabela Simi e Alexia Vitória. A mediação do debate ficou a cargo de Lucas Sérvio, presidente da Comissão de Direitos Autorais, Imateriais e Entretenimento da OAB/DF.

Lucas Sérvio, pontuou a importância do debate. “É gratificante poder demonstrar para além da comunidade de direitos autorais, que existe a representatividade em vários campos de atuação. Neste mês do orgulho o podcast quer incentivar a todos a ocuparem espaços de atuação em qualquer lugar que a pessoa deseje.”

Na ocasião, Wagner Follare abordou a relação entre a tecnologia e a dublagem. “Temos muitos exemplos de tecnologia que aprimoraram a dublagem. Por exemplo, o uso do programa Pro Tools, que digitaliza e ajusta as gravações, ajudando a evitar problemas de sincronização. Isso mostra que a tecnologia pode ser uma aliada, desde que não substitua a interpretação humana. A introdução da tecnologia deve ser para aprimorar e não para fingir uma criação que, na verdade, não existe, substituindo precipitada e questionavelmente o trabalho das pessoas.”

Por sua vez, Isabela Simi abordou os desafios que a inteligência artificial está impondo à categoria. “Ao longo dos anos, com o avanço da tecnologia, vimos diversos postos de trabalho sendo perdidos porque a tecnologia vai tomando o lugar das pessoas. Agora, estamos vendo isso acontecer na área artística, e para mim, isso não faz o menor sentido. A dublagem não se resume apenas aos dubladores; é uma cadeia de trabalhadores. Há tradutores, mixadores, editores e muitas outras pessoas envolvidas no processo, desde o início até o fim. Até mesmo as pessoas que trabalham nos estúdios fazem parte dessa cadeia. O uso de inteligência artificial ameaça todos esses profissionais, e eu acredito que isso é algo que precisamos evitar.”

A dubladora Alexia Vitória falou sobre sua experiência ao dublar personagens trans e a importância da representatividade na indústria de dublagem. Ela destaca a evolução de sua carreira ao interpretar diferentes papeis ao longo dos anos. “Quem eu gostei mais de dublar recentemente foi a Sasha Colby, de RuPaul's Drag Race, na temporada passada. Porque ela é uma personagem da vida real. Durante o processo e depois, assistindo também, pude conhecer o background dela. Pelo que acompanhei e pesquisei, vi que ela é uma pessoa incrível.”

“A Sasha é uma pessoa de gênero fluido e se apresenta transitando entre os dois gêneros na vida real. Na produção, era um rapaz que trabalhava como professor e, nos finais de semana, como drag queen. Na parte como drag queen, eu me sentia super confortável”, endossou.

Assista ao Podcast na íntegra.

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OAB/DF discute oportunidades e desafios no Direito Educacional em podcast

Em mais um episódio, a Comissão de Empreendedorismo Jurídico (Cejur) da Seccional do Distrito Federal da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB/DF), realizou o Podcast intitulado “Oportunidades e Desafios no Direito Educacional”.

O objetivo do programa foi oferecer orientações práticas e detalhadas sobre aspectos do empreendedorismo na advocacia, destacando oportunidades e desafios no setor de Direito Educacional.

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O programa discutiu o empreendedorismo no Direito Educacional, com foco em advogados que desejam empreender nessa área. Participaram do bate-papo Amanda Moreira Andrade, vice-presidente da Cejur e especialista em Direito do Trabalho e Direito Educacional, Thaynara Viana, especialista em Direito do Trabalho e Direito Educacional, e Alice Simão, diretora escolar e especialista em comportamento humano.

Amanda Moreira Andrade enfatizou a importância de compreender o perfil dos gestores. “Conhecer o perfil deles é primordial. Como mencionei antes, alguns gestores preferem algo mais formal, então não dá para usar um linguajar mais informal com eles. Por outro lado, há gestores que preferem uma linguagem mais informal porque vão entender melhor. Conhecer o perfil da gestão e a didática aplicada na instituição é importante para nos familiarizarmos e para que eles tenham mais empatia conosco.”

Thaynara Viana ressaltou a necessidade de adaptar a linguagem à cultura da instituição. “A linguagem que você utiliza ao falar com eles também é diferente. Até porque a didática implementada em Planaltina é diferente da didática implementada no Lago Norte. Conhecer a linguagem e a cultura da instituição é importante, principalmente nas reuniões com gestores e com o pessoal do RH, com quem temos mais contato nas consultorias que nos solicitam.”

Por sua vez, Alice Simão abordou as ações coletivas contra escolas particulares em relação ao tempo de recreio. “Essas ações poderiam até fazer sentido, mas, se analisarmos minuciosamente, qual é o sentido de uma ação que atinge quase todo o setor de uma vez? A matemática é simples: a conta não vai fechar. As escolas precisam de muita ajuda. Nesse ponto, entra a importância de entender o perfil do cliente e de trazer essa questão para ele. O advogado deve mostrar todas as possibilidades para que o cliente entenda os riscos e tome decisões informadas, assumindo as consequências.”

Assista ao Podcast

Jornalismo OAB/DF

Nota de pesar pelo falecimento do advogado Marco Antônio Mundim

As diretorias da Seccional do Distrito Federal da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB/DF) e da Caixa de Assistência dos Advogados do Distrito Federal (CAADF) lamentam o falecimento do advogado Marco Antônio Mundim.

Combativo e sempre comprometido com as boas causas, Antônio se dedicou com vigor na luta pela justiça e deixa um legado inspirador.

Neste momento difícil e delicado, a OAB/DF e a CAADF se solidarizam e desejam força, coragem e muita união aos familiares e amigos(as).

Diretoria da OAB/DF
Diretoria da CAADF

Mês do Orgulho LGBTQIA: OAB/DF realiza 1º seminário do Orgulho e Diversidade

Em celebração ao Mês do Orgulho LGBTQIA+, a Seccional Distrito Federal da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB/DF) por meio da Comissão de Diversidade Sexual e de Gênero, realizou o 1º Seminário do Orgulho e Diversidade com o objetivo de discutir temas cruciais para a comunidade LGBTQIA+.

O seminário, que aconteceu nesta quarta-feira (12/06), foi aberto ao público mediante inscrição no site da OAB/DF e a doação de Linha de Amigurumi, destinada a apoiar as práticas de ressocialização no Sistema Penitenciário do Distrito Federal. Os participantes receberam um certificado de 10 horas/aula pela participação no evento.

O encontro contou com palestras e painéis de discussão abrangendo temas como a inclusão de pessoas LGBTQIA+ no esporte, acesso à saúde, e representatividade política.

Dentre os palestrantes, estavam Andressa Bissolotti, coordenadora-Geral dos Direitos das Pessoas LGBTQIA+ na Secretaria Nacional dos Direitos das Pessoas LGBTQIA+; Lucas Dias, coordenador do Grupo de Trabalho LGBTQIA+ do Ministério Público Federal; Leonardo Luiz, coordenador LGBTQIA+ do Distrito Federal; Keka Bagno, ativista e assessora Parlamentar; Amanda Anderson – PDT Diversidade e Ministério da Previdência, entre outros.

Na ocasião, Gabriel Borba, presidente da Comissão, expressou a importância do evento. “Eu estou muito orgulhoso do evento que foi organizado pela Comissão de Diversidade Sexual da OAB/DF. Tivemos a oportunidade de reunir diversos especialistas sobre temas que são tão caros para a população LGBTQIA+, como esporte, saúde, política e direito. É a partir dos debates que conseguimos avançar na pauta e construir novas metas para promover e proteger os direitos das LGBTQIA+.”

Gabriel destacou ainda o compromisso da OAB com os grupos vulnerabilizados e os Direitos Humanos. “A OAB é uma instituição que tem a força e pode apoiar os movimentos sociais no avanço da reivindicação de direitos. Historicamente falando, foi a partir do incansável trabalho de advogadas, advogados e advogades que a população LGBTQIA+ conquistou a maior parte dos seus direitos no judiciário. É importante que a gente sempre se recorde disso e lembre do nosso papel na construção de uma sociedade justa e livre de qualquer discriminação.”

Lucci Laporta, socialista e transfeminista no coletivo “JuntAs” participou a mesa de abertura do Seminário onde afirmou que o evento foi “um marco da parceria da OAB, instituição tão necessária à defesa da democracia e dos direitos humanos, com o movimento social LGBTQIA+.”

Lucas Dias, coordenador do Grupo de Trabalho LGBTQIA+ do Ministério Público Federal, elogiou o evento. “A OAB/DF é uma instituição que protagoniza a emancipação de direitos humanos para uma série de grupos e, agora, também destacou o grupo LGBTQIA+ como sujeito de direitos. Parabenizo a organização pelo evento e espero que seja o primeiro de vários.”

Por fim, Larisse Lopes, co-presidenta da Comissão de Diversidade Sexual e de Gênero da OAB/DF, compartilhou os aprendizados adquiridos nos debates. “Pude revisitar diversos passos da militância dentro da temática da diversidade sexual e da identidade de gênero, bem como apontar para os passos que ainda precisam ser dados em prol do alcance da igualdade efetiva. Compreendo que as nossas necessidades determinam a nossa missão e saio deste Seminário com a confirmação de que nossa missão vem sendo muito bem cumprida.”

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Nota de pesar pelo falecimento do advogado Jorge Luiz de Moura Andrade

As diretorias da Seccional do Distrito Federal da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB/DF) e da Caixa de Assistência dos Advogados do Distrito Federal (CAADF) lamentam o falecimento do advogado Jorge Luiz de Moura Andrade.

Jorge foi conselheiro seccional e atleta do Clube da Advocacia. Uma placa com o seu nome está na entrada do Clube.

Neste momento difícil e delicado, a OAB/DF e a CAADF se solidarizam e desejam força, coragem e muita união aos familiares e amigos(as).

Diretoria da OAB/DF
Diretoria da CAADF

OAB/DF na Mídia: Comissão de Direito à Saúde discute medidas em prol da saúde no DF (CBN)

Nesta quinta-feira (13/06), a presidente da Comissão de Saúde da Seccional do Distrito Federal da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB/DF), Alexandra Moreschi, foi entrevistada pela CBN Brasília sobre a morte de uma mais uma criança recém-nascida, ocorrida após atendimento em um hospital público do Distrito Federal.

Alexandra Moreschi, destacou que a OAB/DF está empenhada em desenvolver novas tratativas e ações mais eficientes para abordar essa questão crítica no DF. Destacou que a Seccional tem atuação por um Grupo de trabalho (GT) e que se empenhará na análise dos contratos da Saúde e das situações registradas. Será um trabalho executado por várias comissões que compõem esse grupo de trabalho. “A gente tem a Comissão de Direito Administrativo, a Comissão de Saúde, a Comissão que trata sobre as questões de contratos”, enumerou Alexandra.

Segundo ela, é o esforço conjunto das comissões que apoiará identificar as possibilidades de falhas e como a Ordem poderá atuar.

Ouça a reportagem na íntegra:

Jornalismo OAB/DF
OAB/DF na mídia

Medalha Myrthes: OAB/DF concede comenda a dez mulheres notáveis do Direito

A programação de encerramento da III Conferência Distrital da Mulher Advogada, promovida pela Seccional do Distrito Federal da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB/DF), por meio da Comissão da Mulher Advogada, concedeu a Medalha Myrthes Gomes de Campos a dez mulheres que se destacaram em suas contribuições para a Justiça, o Direito e a Sociedade. A cerimônia, que ocorreu nesta terça-feira (11/06), homenageou advogadas cujo trabalho e dedicação deixaram uma marca significativa no campo jurídico.

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As homenageadas da noite foram: a advogada Cristina Neves da Silva; a advogada e professora Daniela Moraes; a ministra substituta do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Edilene Lobo; a advogada Fernanda Hernandez; a deputada distrital, Jane Klebia do Nascimento Silva Reis; a deputada distrital, Jaqueline Silva; a primeira mulher inscrita nos quadros da OAB/DF em 03 de julho de 1961, Leopoldina Eugenia (in memoriam); a juíza auxiliar da Presidência do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), Luciana Lopes Rocha; a advogada Lucinéia Possar e a urbanista e advogada Suely Mara Vaz Guimarães de Araújo.  Acesse o currículo das homenageadas.

Medalha Myrthes Gomes de Campos

A Medalha Myrthes Gomes de Campos, a mais alta comenda concedida pela OAB/DF, foi instituída em 25 de fevereiro de 2016 em homenagem à primeira mulher a exercer a advocacia no Brasil, Myrthes Gomes de Campos. Esta medalha não apenas honra a memória e legado de Myrthes, mas também tem como propósito reconhecer e valorizar a contribuição das mulheres no campo do Direito e da Justiça, promovendo assim a igualdade de gênero e a luta pelos direitos das mulheres.

Além de homenagear a trajetória inspiradora de Myrthes Gomes de Campos, a medalha busca destacar o papel crucial das mulheres no setor jurídico, incentivando sua participação ativa e fortalecendo a defesa dos direitos e interesses femininos. As homenageadas foram selecionadas pela Comissão da Mulher Advogada da OAB/DF e aprovadas pelo Conselho Pleno da Seccional em 23 de maio de 2024.

A solenidade de entrega da Medalha foi aberta pelo presidente da Casa, Délio Lins e Silva Jr. “É uma honra para nós podermos recebê-las aqui hoje, é uma honra para nós podermos fazer essa homenagem a tantas mulheres especiais que realmente merecem receber essa homenagem.” Após seu pronunciamento, Délio passou a presidência da mesa para a vice-presidente da OAB/DF, Lenda Tariana que conduziu a solenidade.

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Em suas palavras, Lenda destacou a importância de reconhecer e promover a igualdade de gênero dentro da advocacia e expressou sua gratidão pela colaboração e participação ativa de vice-presidência, evoluindo para uma co-presidência, uma liderança compartilhada.

“De nada adianta um líder estar lá no topo se ele não tiver uma gestão como a do Délio, que é verdadeiramente horizontalizada, incluindo toda a advocacia, incluindo homens, mulheres, conselheiros, conselheiras e gestores. Porque é assim que a gente representa verdadeiramente a advocacia. Pra mim  é uma honra representar a advocacia neste dia tão especial. “

Em seu pronunciamento, Nildete Santana de Oliveira, presidente da Comissão da Mulher Advogada da OAB/DF, celebrou a árdua jornada da ministra do Superior Tribunal de Justiça (STJ), Daniela Teixeira, em favor das mulheres advogadas. “Com a sua trajetória exemplar de 27 anos na advocacia, Dani tem sido uma defensora incansável dos direitos das mulheres e das causas sociais. Sua atuação vigorosa,  dedicada à Ordem dos Advogados do Brasil e sua luta pela igualdade de gênero são inspirações para todas nós.”

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No evento, Daniela Teixeira, ministra do Superior Tribunal de Justiça (STJ), relembrou da sua trajetória na OAB/DF até a conquista da paridade de gênero dentro da Ordem. “A gente sofreu muito na caminhada. Todas as mulheres que vieram antes de mim e as poucas que vieram antes de mim. Primeiro, nós conseguimos aprovar a cota de 30% na chapa, e viramos 30% suplentes. Na eleição seguinte, nós conseguimos aprovar 30% dos cargos de titulares. Na eleição seguinte, conseguimos aprovar a famosa paridade de 50% de mulheres em todas as OABs do Brasil, o que fica registrado. A OAB/DF foi pioneira. A primeira OAB paritária do Brasil.”

A ministra finalizou sua fala reforçando a importância da Medalha Myrthes desde sua criação em 2016, e encorajou às homenageadas. “Vocês são responsáveis em levar esse legado adiante. Sempre o Direito da mulher vem carregado de suor”.

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Por fim, Fabiana Calvino, representante da Caixa Econômica Federal (CEF), entidade patrocinadora master do evento, expressou a satisfação em representar a CEF e enalteceu a temática do encontro. “É uma honra estar entre tantas autoridades e poder representar a Caixa, especialmente onde se discute um tema que é caríssimo.”

Veja aqui o discurso das agraciadas.

Acesse as fotos da cerimônia

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Luiza Brunet fala sobre sucesso, violência e superação na III Conferência Distrital da Mulher Advogada

“A questão de ter sido uma modelo conhecida, desejada, não foi o auge para mim. O lugar que eu me encontro hoje é o melhor lugar que eu poderia estar. Não trocaria nada do que eu tenho hoje para voltar atrás. Meu momento agora é de ajudar, olhar e cuidar de mulheres, e eu me considero muito feliz por isso,” afirmou Luiza Brunet, no segundo dia da III Conferência Distrital da Mulher Advogada.

Realizado pela Seccional do Distrito Federal da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB/DF), o evento trouxe na tarde desta terça-feira (11/06) a atriz, modelo e empresária Luiza Brunet, que apresentou, a convite da presidente da Comissão da Mulher Advogada, Nildete Santana de Oliveira, uma perspectiva sobre sucesso, violência e superação.

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Na ocasião, Luiza Brunet compartilhou sua trajetória pessoal e profissional, destacando os desafios que enfrentou. Segundo ela, é fundamental ser perseverante e ter uma constante busca por conhecimento, especialmente no que diz respeito aos direitos.

Contextualizando sua fala, Luiza falou sobre violência doméstica, um tema que ela acompanhou dos seis aos doze anos, quando sofreu abuso sexual em uma casa onde trabalhava como empregada doméstica.

“Foi um trauma que eu carreguei por muito tempo porque naquela época não tínhamos esse espaço de fala. Coisa que eu fiz questão de ter com os meus filhos, tendo diálogo de igual para igual, sem tabus. E a gente precisa sempre trazer essa pauta, pois uma criança que sofre abuso sexual, ela tem muito mais tolerância na adolescência e na vida adulta, minimizando as violências que sofre, infelizmente. Por isso, temos que cuidar das nossas crianças, e a educação é fundamental.”

Luiza reforçou que para evitar que esse ciclo de violência se perpetue por gerações, é importante falar desde cedo sobre como identificar as violações de direitos. “Tem que começar a ensinar desde pequena. Ela tem que saber que tem direitos, saber o que pode e o que não pode acontecer, para quando ela crescer poder se defender, saber que é alguém importante e digna de respeito.”

Luiza Brunet contou que a violência ganhou espaço em sua vida adulta, segundo ela, exatamente por não ter aprendido a identificar os limites, quando se inicia um abuso. “Eu sofri uma série de violências em relacionamentos. No começo era tudo maravilhoso, e então eu ia naturalizando essas violências justamente porque eu assisti violência em casa, na infância, e eu achava que era normal, que era um mau momento, ou que talvez eu tivesse provocado. Eu fui ficando uma mulher triste e sem luz. Até que aconteceu a violência nos Estados Unidos e eu consegui colocar um fim naquela relação. E quando cheguei ao Brasil, fiz a denúncia e tive apoio de um advogado. A justiça estava ali para dizer que eu podia me defender.”

Brunet destacou o simbolismo da OAB na mudança de vida de uma mulher que sofre violência. “Visitei uma casa abrigo em um município de São Paulo e quando entrei tinha uma representação da OAB lá dentro. Fiquei tão feliz que até comecei a chorar. O símbolo da OAB para uma vítima é acalentador. É quando você sabe que a justiça está ali perto de você, é como se fosse uma quebra de algemas. Então vocês são muito importantes para a sociedade como um todo.”

Engajada na pauta feminina e inspirada pelas vivências e pelas experiências das mulheres que apoia, Luiza contou que faz um trabalho que busca levar as mulheres a acreditarem em si. “A gente precisa se valorizar, se reconhecer como uma pessoa única e maravilhosa. Trabalhar na pauta feminina para mim foi um presente. Então eu luto para que elas reconheçam que têm uma expertise profissional e capacidade para progredir.”

Sobre a realidade devastadora e ainda pouco conhecida do tráfico de pessoas, Luiza Brunet falou do trabalho que desenvolve. “Vou fazer em breve um curso nos EUA para aprender um pouco mais e ter acesso a mais informações de como acontece o aliciamento. Hoje nós temos mais de 4 milhões de mulheres vivendo fora do Brasil. E muitas acabam caindo em plataformas sexuais laborais. Em breve irei encontrar com algumas dessas mulheres que moram fora do Brasil e passaram por essa dolorosa experiência. É preciso alertar cada vez mais a sociedade sobre o que acontece por trás do sonho de muitas mulheres que saem de suas cidades em busca de uma vida melhor.”

Ainda sobre o trabalho que realiza junto às mulheres, Luiza contou que está se preparando para ir ao Rio Grande do Sul. “Estou indo fazer um trabalho comunitário em abrigos de mulheres no Rio Grande do Sul, me unido às psicólogas e assistentes sociais. Irei encontrar com essas pessoas que perderam tudo em um cenário devastador. Foi terrível o que aconteceu com as pessoas e com os animais, e estou muito emocionada por poder estar lá.”

Por fim, Luiza Brunet respondeu perguntas encorajando as mulheres a lutarem pelos seus direitos, sem medo da exposição e de julgamentos, e projetou um futuro, em breve, com muitas conquistas femininas.

Muitas mulheres ainda se intimidam para denunciar os abusos e as violências diversas. Como encorajar essas mulheres, sabendo que muitas vezes há uma revitimização da vítima, que é um fator que inibe a denúncia?

“Eu digo que é quebrar um paradigma mesmo, ao se colocar como a vítima. É preciso falar que está sofrendo, seja qual for o tipo de violência, e para isso você precisa de coragem. Normalmente ao denunciar, você estará exposta, poderá ser julgada, questionada, mas se você não valorizar isso, você dará um grande exemplo para a sociedade, o exemplo de ir atrás dos seus direitos, de lutar por eles. É importante dizer que a justiça tem tido uma olhar muito mais sensível para as vítimas, em geral, e isso é muito importante.

Você falou em sua palestra sobre a sua trajetória pessoal, profissional e a militância pelos direitos das mulheres. Nesse tempo, muitas mudanças ocorreram no entendimento da sociedade sobre o que é uma violência. Como você imagina o cenário da luta feminina daqui a cinco anos?

“Quando eu assisto palestras, como a de hoje, com várias especialistas, eu vejo uma luz muito grande para daqui a cinco anos, muita coisa está mudando e muita coisa vai acontecer. Estaremos falando de muitas outras coisas que não só violência doméstica, mas festejando a inclusão das mulheres na política, por exemplo. Hoje temos mais de 50% de mulheres na OAB. Daqui a cinco anos, talvez esse número seja maior. Então a gente vai comemorar mais, pois percebe-se que estamos dentro de um processo, pavimentando uma estrada sem volta. E se a gente continuar assim, a gente vai longe. Vai ser incrível, estamos galgando para uma mudança radical.”

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Confira aqui mais sobre o Painel Empreendedorismo e Sucesso, com a participação de Graciela Slongo, presidente da Subseção do Gama; Beatriz Guimarães, presidente do Conselho da Mulher Empreendedora e da Cultura do DF (CMEC-DF); Desirée Gonçalves, conselheira seccional; e Mírian Lavocat, conselheira seccional.


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Comissão da Mulher Advogada lança e-book durante a III Conferência Distrital da Mulher Advogada

Foi publicado nesta terça-feira (11/06) o e-book “As Mulheres da Advocacia Brasileira: Pensamento e Reflexões sobre o Direito” durante a III Conferência Distrital da Mulher Advogada. A segunda edição do e-book elaborado pela Comissão da Mulher Advogada da Seccional do Distrito Federal da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB/DF), inclui artigos de 27 mulheres, entre advogadas e estudantes de Direito.

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O projeto, desenvolvido exclusivamente por mulheres, aborda diversos de temas, como maternidade e advocacia, crimes sexuais sob a perspectiva de gênero, assédio moral institucional, o papel político feminino, entre outros.

Lenda Tariana, vice-presidente da OAB/DF e autora do prefácio do e-book, enfatizou a relevância da obra. “Este livro, escrito por mulheres da advocacia, é uma celebração dessas conquistas e um chamado à ação para que continuemos a promover a igualdade de gênero. Ler e ouvir mulheres é uma forma poderosa de aprender e de se inspirar.”

O secretário-geral da OAB/DF, Paulo Maurício Siqueira, reforçou a importância de eventos que ampliem o espaço e a voz das mulheres na advocacia. “É um dia histórico que vai ficar marcado aqui para todos sempre na nossa casa e que venham muitos outros eventos com essa capacidade de vocês que é impressionante. Hoje é um dia que realmente vai ficar marcado para todos nós. Parabéns à organização, na pessoa da Nildete.”

Nildete Santana, presidente da Comissão da Mulher Advogada da OAB/DF, compartilhou sua visão sobre o projeto. “Esse é um momento de incentivar mulheres advogadas a escreverem. Iniciar suas carreiras na produção de artigos científicos sobre um tema jurídico de seu interesse. Nos programamos o lançamento do ebook para a Conferência afim de ampliar a visibilidade e o alcance desse trabalho que habilita mulheres como autoras, traz credibilidade e densidade a profissão. A certeza da possibilidade gera frutos genuínos e valorosos. Parabéns a todas as autoras.”

Catharina Orbage, uma das organizadoras do e-book e doutora em Direito, ressaltou a importância do livro eletrônico para a visibilidade e valorização das mulheres na advocacia. “Quando a gente fala de um e-book, quando a gente fala de um livro, é uma oportunidade de transformar uma advogada, uma professora, uma mãe, em autora, em escritora, e pesquisadora. É mais uma opção de carreira, é mais uma transformação de vida. Então, sintam-se empoderadas nessa missão e não parem aqui, sigam adiante, porque isso é muito importante.”

Para fazer o download do e-book “As Mulheres da Advocacia Brasileira: Pensamento e Reflexões sobre o Direito”, acesse o link.

Jornalismo OAB/DF

Confira o padrão de resposta definitivo e o resultado preliminar da 2ª fase do 40º EOU

A Coordenação Nacional do Exame de Ordem Unificado, divulgou, nesta quarta-feira (12/6), o padrão de resposta definitivo da 2ª fase (prova prático-profissional) e o resultado preliminar do 40º Exame da Ordem Unificado (EOU).

Os examinandos podem verificar quais são as respostas esperadas pela Fundação Getulio Vargas (FGV) para a peça profissional e as quatro questões discursivas, que compreenderam as áreas de opção do examinando no ato da inscrição. Eles puderam optar pelas seguintes áreas: Direito Administrativo, Direito Civil, Direito Constitucional, Direito Empresarial, Direito Penal, Direito do Trabalho ou Direito Tributário.

O prazo recursal do resultado vai de 13 a 16 de junho de 2024. A decisão dos recursos e o resultado final do Exame serão divulgados no dia 27 deste mês.

A aprovação no Exame de Ordem é requisito necessário para a inscrição nos quadros da OAB como advogado. O Exame de Ordem pode ser prestado por bacharel em Direito, ainda que pendente apenas a sua colação de grau, formado em instituição regularmente credenciada. Poderão realizá-lo os estudantes de Direito do último ano do curso de graduação ou dos dois últimos semestres.

Resultado Preliminar – Prova Prático-Profissional (2ª fase)

Consulta individual ao espelho de correção/espelho de prova da Prova Prático-Profissional (2ª fase)

Padrão de respostas definitivo (Direito Administrativo)

Padrão de respostas definitivo (Direito Civil)

Padrão de respostas definitivo (Direito Constitucional)

Padrão de respostas definitivo (Direito do Trabalho)

Padrão de respostas definitivo (Direito Empresarial)

Padrão de respostas definitivo (Direito Penal)

Padrão de respostas definitivo (Direito Tributário)

Fonte: OAB Nacional