A OAB/DF, por meio do seu canal oficial no Instagram, promoveu nesta quarta-feira (26/08) debate entre o presidente da Seccional, Délio Lins e Silva Jr., e o secretário-geral da Comissão de Combate à Corrupção, Nauê Bernardo Pinheiro de Azevedo, sobre o racismo. Advogado, cientista político e professor na Universidade de Brasília (UnB), Nauê Pinheiro vem defendendo a “ocupação de espaços” por negras e negros.
“Precisa haver a ocupação de espaços e empoderamento das pessoas negras. Do contrário, ficará difícil superarmos o racismo”, explica Nauê. Para ele, discutir racismo é fundamental. “É uma questão histórica. A população negra não recebeu reparações.”
Encarar os problemas de modo franco, aberto, é o caminho, segundo o jovem advogado, que contou, ao longo da live, já ter enfrentado preconceito e situações constrangedoras. “No Congresso, mesmo com o bóton da OAB, já aconteceu de pedirem informações, confundindo-me com o segurança!” Isso acontece porque há um racismo estrutural que coloca as pessoas negras em papéis menores na sociedade.
“Ninguém nasce racista. Esse é um comportamento que se adquire por práticas sociais. É preciso compreender que não se pode inferiorizar as pessoas. Perceber que temos de lutar para que as condições de início sejam as mesmas para todos. Se todos tiverem uma mesma base, aí poderemos, depois, falar em meritocracia”, detalhou o secretário-geral da Combate à Corrupção da OAB-DF.
A representatividade é fundamental para a construção da subjetividade e da identidade negra, por isso Nauê entende que devem ser chamados a participar de mais debates e de temas diversos. “Quando se discutem questões na área de compliance, vemos gente branca. Outra área que posso citar: a que envolve dados. Também são brancos que falam disso. Isso é o que precisa mudar. É o que falo em relação à ocupação de espaços. Temos especialistas em todas as áreas.”
Délio concorda com Nauê: “Antes, por exemplo, as mulheres eram vistas em uma comissão específica; negros na igualdade racial. Quando, na verdade, têm de ocupar todos os espaços, sim.”
Para o presidente da Seccional, que apoia o advogado André Costa, autor da proposta de implementação de cotas raciais para cargos no Conselho Federal, conselhos seccionais, subseções e as Caixas de Assistência dos Advogados no percentual de 30% das vagas, a serem preenchidas pelo período de 10 mandatos, o país é injusto e desigual e é, de fato, necessário “reconhecer o problema e possibilitar a ocupação de espaços”.
A OAB/DF manifesta-se contra o racismo, tem campanhas institucionais em suas redes sociais e conta com um canal de denúncia de discriminação.
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Comunicação OAB/DF
Texto: Montserrat Bevilaqua