Nesta quarta-feira (12), a OAB/DF recebeu 56 novos profissionais do Direito, que passaram a integrar os seus quadros, após prestar juramento da advocacia: “Prometo exercer a advocacia com dignidade e independência, observar a ética, os deveres e prerrogativas profissionais e defender a Constituição, a ordem jurídica do Estado Democrático, os direitos humanos, a justiça social, a boa aplicação das leis, a rápida administração da Justiça e o aperfeiçoamento da cultura e das instituições jurídicas”.
A cerimônia virtual, realizada a partir das 16h, foi um momento de grande emoção para os novatos e suas famílias. Eles foram recepcionados por membros da diretoria, conselheiros e membros das comissões e subseções da Seccional. Amanhã, das 13h30 às 17h, já poderão buscar suas carteiras e broches de advogadas e de advogados, na sede da Seccional.
O paraninfo dessa turma foi o novo diretor da Faculdade de Direito da Universidade de Brasília, Othon de Azevedo Lopes, que assume um mandato de quatro anos.
A oradora da turma foi Renata Martins, que destacou em suas palavras a “responsabilidade, a seriedade, a determinação e o amor”, no exercício profissional. Ela, também, falou sobre prosperidade, lembrando que, ser próspero não quer dizer ter apenas dinheiro, mas, sim, ser “uma pessoa feliz, ditosa, bem-sucedida, afortunada”.
Renata citou Rui Barbosa, que ao dirigir-se a um amigo e aliado político, Evaristo de Morais, o fez em um exercício de defesa da ética profissional. Segundo o jurista: “quando quer e como quer que se cometa um atentado, a ordem legal se manifesta necessariamente por duas exigências, a acusação e a defesa, das quais a segunda, por mais execrando que seja o delito, não é menos especial à satisfação da moralidade pública do que a primeira” (O Dever do Advogado). Para a jovem advogada, essa lição mostra que os profissionais do Direito devem “ter a coragem de agir de forma correta” e de serem “íntegros”.
Othon Lopes destacou a honra de ser paraninfo da turma. Falou da ansiedade que, também, sentiu ao receber a sua carteira. “Este é um momento de partilha e de recordação. Vocês chegaram aqui graças aos familiares e aos amigos. Não quero dar conselhos, mas compartilhar ideias. Vocês estão prestes a iniciar um exercício autônomo e independente. Há sonhos. Há conquistas. Certamente, uma boa posição no mercado de trabalho avizinha-se. As portas estão abertas, mas, ao mesmo tempo em que enxergamos os sonhos e conquistas individuais, haverá responsabilidades descortinando-se”.
O paraninfo, ao tratar dessas responsabilidades, observou que “o Direito é algo maior do que nós e a ele estamos submetidos”. Segundo Othon Lopes, no exercício das prerrogativas, advogadas e advogados indicam “os limites às autoridades”. Por fim, afirmou que “o Estado democrático de Direito exige uma sociedade mais justa” e que “os que estudaram mais têm compromisso com os que não tiveram as mesmas oportunidades”. Para ele, a instrução mais qualificada obriga o exercício de “uma cidadania ética, construtiva e esclarecida”.
A presidente da subseção Samambaia e do Recanto das Emas, Joana D’arc de Jesus, retomou as palavras da oradora da turma, Renata Martins, dizendo que se sentiu “representada” quando a jovem falou sobre “ter amor para alcançar a prosperidade”. Recomendou à turma que estude muito e sempre. Lembrou um “mandamento” da profissão: “O advogado que não estuda e não se qualifica é cada vez menos advogado”.
Especialmente convidado à cerimônia, o presidente da OAB do Paraná, José Augusto Noronha, deixou suas palavras de incentivo à turma citando o exemplo do ilustre criminalista Waldir Troncoso Peres, profissional que pautou sua carreira pela ética. “Como ele, honrem a beca, o nome de seu pai, da sua mãe e da OAB!”
No encerramento da cerimônia falaram a vice-presidente da OAB-DF, Cristiane Damasceno, e o Presidente da Seccional, Délio Lins e Silva Junior, presidente da OAB/DF.
Cristiane Damasceno abordou a “construção da autoridade na advocacia”, que listou em: “ter propósito, não minimizar as conquistas e saber que, sem passar por um processo de amadurecimento, ninguém chega a lugar nenhum”.
Nas palavras finais, o presidente da OAB-DF, amarrando todos os aprendizados trazidos pelas palavras dos que o antecederam, disse que “a advocacia é uma atividade essencialmente humanística e que as advogadas e os advogados não podem perder isso de vista”. Deu um conselho: “Estudem, leiam muito, façam isso o tempo todo que tiverem possibilidade, e de tudo, além do Direito, a advocacia exige profissionais antenados!”
Para Délio Lins e Silva Jr., “amor e ética” caminham juntos. “Façam a caminhada profissional de vocês com amor”. Ele lembrou que o sucesso é relativo e cada pessoa tem a sua medida, o que muda muito de uma para outra, “mas os bons profissionais têm o mercado de portas abertas”.
Concluiu com palavras muito aguardadas pelos novos profissionais: “Sejam bem-vindas e bem-vindos!”
Comunicação OAB-DF
Montserrat Bevilaqua