A seccional do Distrito Federal da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB/DF) ganhou mais uma comissão temática. Tomaram posse na noite desta quarta-feira (10/7) a diretoria e os membros da Comissão de Defesa dos Direitos da Pessoa com Autismo, recriada oficialmente pelo presidente da seccional em 24 de junho, semana das celebrações pelo Dia Mundial do Orgulho Autista 2019.
Representantes de entidades defensoras dos autistas e parlamentares prestigiaram a instauração da comissão, que será presidida por Edilson Barbosa do Nascimento. A vice-presidente será Marlla Mendes de Sousa e o secretário-geral Luiz Gabriel Monteiro Rodrigues.
“Estamos aqui para lutar por direitos”, disse Edilson, ao ser empossado na sessão, conduzida pelo diretor-tesoureiro da OAB/DF, Paulo Maurício Siqueira, que reforçou a importância da criação da comissão, ao lado de crianças autistas presentes na solenidade. “Precisamos que os autistas sejam respeitados e reconhecidos como cidadãos e tenham uma vida de forma digna. Este é o objetivo da nossa comissão”, complementou Marlla, que é advogada e mãe de uma criança autista.
Edilson Barbosa vai presidir a nova comissão
Presente à solenidade, Fernando Cotta, presidente do Movimento Orgulho Autista Brasil, entidade que atua desde 2005 em defesa dos autistas e pediu à OAB/DF a recriação da comissão, comemorou o atendimento do pedido. “É um prazer estar aqui e ver esta comissão iniciando os trabalhos. Trabalharemos junto com os advogados e advogadas nesta luta para promover o acesso e garantir a inclusão dos autistas na sociedade”, disse ele.
Lívia Fernandes alertou para a necessidade de atenção aos autistas na fase da adolescência. “Temos nos preocupado muito com o futuro dos autistas. Hoje nossa atenção está muito voltada à primeira infância, mas precisamos olhar especialmente para os adolescentes. Precisamos de projetos de educação e inclusão no mercado de trabalho e estamos aqui abraçando essa causa”, afirmou.
Ao presidir a sessão de posse, Paulo Siqueira
prestigiou as crianças presentes na solenidade
A preocupação foi reforçada pelo presidente da Associação dos Amigos Autistas, Gilberto Ferreira Pereira. “As políticas públicas voltadas ao autismo são muito ligadas às crianças e quem tem filhos adultos, especialmente aqueles com autismo severo, vivem um drama complicado. Temos adultos que não vão fazer parte do cotidiano da sociedade, que não terão oportunidade de emprego, de educação. Este é um dos motivos porque estamos aqui hoje: brigar por políticas voltadas a todos”, defendeu.
Também presente na instalação da comissão, o deputado distrital Leandro Grass (Rede) defendeu a inclusão da coleta de dados sobre os autistas no Censo 2020. “É algo muito importante, porque se não tivermos os dados, as evidências, as políticas continuarão a ser as do improviso. Esta é uma luta muito importante”, comentou. O senador Paulo Paim também manifestou seu apoio à comissão em carta lida pela secretária-geral adjunta da OAB/DF, Andréa Saboia.