Em 24 de outubro de 1983, durante a Ditadura Militar, policiais federais invadiram e interditaram a Ordem dos Advogados do Brasil do Distrito Federal. Advogados e funcionários saíram de braços dados e foi necessário que a polícia lacrasse o prédio. Somente no dia 4 de novembro de 1983, a OAB/DF foi finalmente reaberta. O então presidente Maurício Corrêa e o conselheiro Federal José Paulo Sepúlveda Pertence enfrentaram com bravura todos esses obstáculos da época. A história da OAB/DF foi relembrada e retratada por meio do espetáculo teatral “Ominia Vincit – alguém que vence tudo”, na noite de sexta-feira (10), com direção de Ricardo de Souza e Lorena Aloli.
Juliano Costa Couto, presidente da OAB/DF, parabenizou todos os atores que se dedicaram a homenagear a Casa. “Uma gestão não é feita só de Diretoria e Conselho, para que esta Seccional funcione bem é necessário que os funcionários estejam engajados em melhor exercer suas funções. Fico emocionado em ver que esta Casa não é só dos advogados, mas também de todos que trabalham aqui”, disse o presidente.
Alda Corrêa, esposa de Maurício Corrêa, esteve presente e orgulha-se da representação que seu estimado marido teve. “Estou muito orgulhosa de estar aqui, essa turma lindíssima de fazer essa peça sobre a invasão da OAB. É uma recordação de tudo aquilo que meu marido passou, com os colegas dele também. Então, é a coisa mais linda”.
O diretor da peça, Ricardo de Souza explica que apesar dos percalços, foi um processo gratificante. “Quando vi todas as fotografias do quarto andar e são fotografias muito fortes, aquilo me motivou a fazer uma peça de teatro. Quando fiquei sabendo que aqueles registros tinham sido da intervenção do prédio na época da Ditadura Militar e ninguém tinha feito isso, resolvi propor esse desafio”.
A diretora da peça, Lorena Aloli sentiu-se honrada com o convite de produzir a peça. “Eu gostei muito do tema e de poder criar algo que seja realmente condizente com o agora, que vá no passado pescar memórias que é de um momento muito difícil dentro da nossa realidade. Isso é muito potente, pra mim, enquanto artista”.
A presidente da Comissão de Direito Imobiliário e Urbanístico, a conselheira Seccional Janine Massuda, conta que conhecia a história da Ordem e o ponto de vista da representação foi excelente. “Mostrou os pontos essenciais da história, um viés histórico e também político, destacando a importância da instituição da Ordem e o papel fundamental do advogado ceifado da democracia de um todo”.
A conselheira e presidente da Comissão da Mulher Advogada, Cristina Tubino exalta a participação e colaboração dos funcionários da Casa em realizar a peça teatral. “A coisa mais importante é conhecermos a história da nossa casa. Conhecendo a história, damos valor. E, continuamos defendendo esses ideais de uma forma muito aguerrida”.
A estudante Gabriela Albuquerque prestigiou a peça e surpreendeu-se com a história da Seccional. “Fiquei sabendo pelo o meu pai, que veio atuar e achei muito legal. Não vemos isso todos os dias. É uma coisa que normalmente os estudantes não procuram por livre e espontânea vontade, sempre por um trabalho, alguma coisa do tipo, e vir para conhecer algo novo é muito bom. Abre um leque muito bacana”.