Brasília, 25/10/10 – O 1º Encontro Regional de Advogados Jovens iniciou o segundo dia, na sexta-feira (22/10), com o tema “Oportunidades no mercado de trabalho”. O público teve contato com as experiências de quatro advogados que atuam em diferentes níveis e áreas. A discussão, em formato de mesa-redonda, permitiu a abordagem de forma descontraída pelos debatedores, que trataram de assuntos como opções de carreira, dificuldades enfrentadas por iniciantes e atuação em tribunais superiores.
O primeiro a expor foi o advogado da União, Rommel Carneiro. Ele falou sobre sua vivência no serviço público. “O primeiro grande desafio é o concurso. Cada um atrai cerca de 20 mil candidatos para, no máximo, trezentas vagas, e esta concorrência só tende a aumentar”.
Em seguida, Marcelo Turbay fez o relato de sua experiência como advogado empregado, sob regime da CLT, com participação, por um escritório consolidado. “Até onde eu sei, é um dos melhores formatos e o que mais atende ao contratado. Porém, é preciso considerar fatores como autonomia, relacionamento com o empregador, com os clientes e a rotina de trabalho”.
Ticiano Figueiredo, com escritório constituído recentemente, compartilhou as dificuldades que enfrenta. “Quando você entra no seu escritório, bate no peito e fala ‘esse é meu’, também lembra que o cafezinho não aparece ali, que a tinta da impressora acaba e que papel custa caro. Você tem que saber como ser advogado e administrador”.
O conselheiro seccional, Paulo Siqueira, fez a exposição final. É sócio em um escritório já consolidado e deixou suas impressões. “Quando se pensa numa estruturação de carreira, a primeira coisa que o profissional precisa compreender é o dom que tem. Tanto melhor que tenha esse entendimento ao final da graduação, apesar de difícil”.
Após os relatos, a audiência dirigiu perguntas aos componentes da mesa. Uma delas foi sobre a falta de espaço para advogados jovens em causas nos tribunais superiores. Para Paulo Siqueira, “a advocacia nessas cortes é consequência de um histórico profissional que traz gabarito para a atuação. Concordo que o ideal é que se tenha a democratização do mercado e que os profissionais tenham essa experiência, mas existe o fator de controle por parte de quem contrata”.
Participante do encontro, Amaury Santos de Andrade avaliou a discussão positivamente. “Creio que os aspectos mais importantes foram abordados pelos expositores. A OAB/DF realiza aqui um excelente trabalho, no que diz respeito ao apoio ao advogado iniciante. Todos sairemos desse encontro com uma noção muito ampla do que é a advocacia hoje”.
“A participação superou nossas expectativas. Ao abordar as características do mercado de trabalho, conseguimos transmitir a estudantes e novos profissionais uma ideia geral dos prós e contras de cada ramo de atuação, para que possam direcionar melhor suas carreiras”, observou Délio Lins e Silva Júnior, presidente da Comissão de apoio ao advogado iniciante, que promove o encontro.
Demétrius Crispim
Assessoria de Comunicação – OAB/DF