A Comissão de Direitos Humanos da Seccional do Distrito Federal da Ordem dos Advogados do Brasil visitou na noite de terça-feira (3) o Hospital de Base de Brasília. Conforme apuração do grupo, um dos principais problemas é o desvio na finalidade do hospital. Referência em alta complexidade na América Latina, o centro tem o atendimento sobrecarregado com casos que poderiam ser resolvidos em postos de saúde ou hospitais regionais. Além disso, faltam servidores e infra-estrutura adequada. “Uma grande falha em todo o sistema de saúde do DF é a desestruturação dos postos de saúde e do atendimento comunitário”, diz o coordenador da Comissão de Direitos Humanos da Seccional, Jomar Alves Moreno. Os advogados foram recebidos pelo diretor do Hospital de Base, Luiz Carlos Schiminn. Ele relatou o esforço dos médicos para promover melhorias no hospital. Uma das queixas é a falta de técnicos de enfermagem, em decorrência das poucas contratações e de uma carência na própria formação de profissionais. O déficit no hospital é de quase mil enfermeiros. Além da falta de servidores, o hospital enfrenta uma característica comum na rede pública de saúde do DF – quase 40% dos pacientes atendidos são oriundos de outras unidades da Federação. “Esse é um dado de que o próprio Ministério da Saúde tem que tomar conhecimento”, diz Jomar. O advogado também chama a atenção para o fato de que o hospital tem funcionado com um número reduzido de leitos na Unidade de Tratamento Intensivo (UTI) por causa de uma reforma no prédio. Ao invés de ter disponíveis 70 leitos para UTI, são oferecidos apenas 35. A Comissão de Direitos Humanos da OAB/DF vai sugerir, em relatório, a recuperação do serviço de saúde comunitário e a formação de parcerias com universidades para reforçar o atendimento no Hospital de Base. O documento será encaminhado ao Ministério Público do DF, à Secretaria de Saúde e ao governador, José Roberto Arruda. Participaram da visita ao hospital os seguintes advogados, membros da comissão: Antônio Petronilo da Costa, Elaine Costa Starling de Araújo, Régia Santos Brasil, Alessandro Tertuliano da Costa Pinto, Antonio Luiz Cardoso Rosa e Cícero Avelar Ferreira Sá.